sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Pará vira rota do tráfico de pessoas

O quarto dia da Semana de Mobilização para o Dia Global do Fórum Social Mundial teve como tema os direitos humanos e a migração humana. O evento, que acontece no Teatro Margarida Schivasappa, no Centur, reúne representantes de diversas entidades voltadas aos direitos humanos. O trabalho escravo e o tráfico de mulheres foram os assuntos debatidos no dia de ontem. Durante a programação foi feito o pré-lançamento do contra-informe da sociedade civil brasileira sobre o Pidesc (Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais), documento que faz o mapeamento nacional das violações de direitos humanos econômicos, sociais e culturais.
No contra-informe, o Pará ganha destaque como uma das rotas do tráfico de mulheres para prostituição no Suriname, Guiana Francesa e Europa, e pelos casos recorrentes de trabalho escravo. 'O que está acontecendo é a criminalização da migração, pois a situação sócio-econômica obriga as pessoas a migrarem para outras áreas com a intenção de conseguir um bom emprego. O problema é que essas pessoas não são respeitadas e acabam presas às redes de prostituição', afirmou Marcel Hazeu, da ONG Só Direitos.
O tema sobre o trabalho escravo e o tráfico de mulheres coincidiu com a notícia da morte de três mulheres em uma área de garimpo chamada 'França', no extremo leste do Suriname. As mortes foram confirmadas por familiares das vítimas, que receberam a notícia de colegas de trabalho das vítimas. As paraenses teriam sido mortas no último domingo, durante um assalto quando retornavam ao garimpo. Segundo Simone Fonseca, da Só Direitos, 'vamos acompanhar o caso de perto e discutir soluções. A idéia é trabalhar políticas públicas para se debater a migração, mas a nossa intenção não é a de reprimir, pois não queremos proibir ninguém de viajar para esses países. Nosso trabalho será no sentido de orientação e prevenção. Se é para ir ao Suriname, então que vá com segurança e de forma legal', declarou.
Os debates prosseguirão até hoje. Um deles será sobre o 'Multiculturalismo, intolerância e construção da paz'. Entre os participantes estarão a professora universitária Zélia Amador de Deus; Paulo Duarte, do MHB (Movimento Homossexual de Belém); Piná Tembé, da Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira); e a antropóloga Anaíza Virgolino, da UFPA (Universidade Federal do Pará).
Fonte: O Liberal

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